O Homo Sapiens apenas pisou fora de sua caverna nos primeiros raios de sol alertado pelos sons rasteiros nas árvores próximas. Seu coração descompassado, sua respiração acelerada, ele sente um aperto em seus intestinos e seus músculos ficam tensos, quando de repente seus olhos encontram o brilho dos olhos de um tigre.
Dentro dele então, uma sinfonia bem orquestrada de estímulos começa:as fibras nervosas do hipotálamo em seu cérebro instigam a medula ( parte central) das glândulas adrenais ou supra-renais a secretarem adrenalina na corrente sanguínea e sua glândula hipófise ou pituitária ativa o córtex ou porção externa das adrenais a secretarem cortisol na corrente sanguínea. Estes dois hormônios correndo através da corrente sanguínea estimula o alerta Vermelho no corpo inteiro do Homo Sapiens.
A secreção de suas glândulas salivares diminui e ele sente seu intestino embrulhado porque o sangue foi redirecionado do sistema digestivo para os músculos. Ele não tem tempo para digerir agora por que tem que mobilizar toda a sua energia para lidar com a ameaça que aflige sua vida repentinamente e sua pupila dilata para deixar entrar mais luz, assim ele pode ver melhor o tigre. A respiração acelera e as passagens de ar nos pulmões alargam para permitir que entre mais oxigênio e as células nervosas do seu cérebro estão excitadas, enquanto sua mente corre em decidir se luta ou foge. Cada molécula de adrenalina secretada das glândulas adrenais ou supra-renais mobiliza seu fígado para transformar 100 milhões de moléculas de glicogênio estocado em glicose, rica em energia que será derramada dentro de seu sangue, dando-lhe força a mais. Os músculos do Homo se tornam tensos, cheios de sangue, com oxigênio e glicose, prontos para a ação e num estouro de poder, deixando sair um grito arrepiante levando uma pedra enorme do chão da caverna e atira furiosamente no seu agressor. O animal rosna raivoso, mas vira-se e desaparece na floresta.
Os músculos do Homo Sapiens relaxam, seus ritmos respiratório e cardíaco diminuem, sua mente acalma, ele se deita e relaxa.
Um milhão de anos depois às sete horas da manhã de uma segunda – feira e o Homo Sapiens dá um passo fora do elevador do seu prédio que fica no meio dos ruídos na pior hora do rush. Apressadamente esquiva-se dos pedestres nas calçadas tumultuadas e acaba por chegar no ponto do ônibus exatamente na hora que seu ônibus vai saindo. Droga! Ele espera nervoso mais uns 20 minutos para chegar o próximo ônibus. A quantidade de adrenalina em seu sangue aumenta a cada minuto. Como ele já está com raiva, também começa a chegar no seu sangue um pouco de cortisol. Ele acaba chegando atrasado no trabalho e seu chefe caminhando pela sala de um lado para o outro em frente à sua sala com as faces vermelhas de raiva o interpela gritando: Você deveria estar aqui meia hora atrás, seu cliente já chegou e foi embora, eu já estou cheio da sua irresponsabilidade, pode esquecer a promoção e se você não recuperar seu cliente, esqueça também seu trabalho.
Os músculos do Homo torna-se tensos, ele olha para o cinzeiro em sua mesa, ansioso em arremessá-lo contra o seu opressor. Ao invés, ele pronuncia algumas palavras fracas de desculpas e senta silenciosamente em sua mesa. Sua respiração e batimentos cardíacos estão correndo, sua pressão sanguínea dispara, seu estômago rodopia e sua mente explode de raiva e medo. Ele pega um vidro de Valium e toma uma pílula. Ele se sente miserável e sua explosão fisiológica não termina. A todo instante pensa sobre seu chefe, através de semanas seu sistema nervoso simpático e sua glândulas supra renais se alvoroçam com uma breve rajada de hiperatividade que irrita continuamente seu corpo e mente e muito cortisol continua a circular pela sua corrente sanguínea gerando doenças.